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domingo, 16 de outubro de 2011

Ator de "Heroes" e de "Star Trek" assume homossexualidade



Ator de "Heroes" e de "Star Trek" assume homossexualidade

O ator Zachary Quinto, famoso como o personagem Sylar, em "Heroes", e como o Spock da última versão de "Star Trek", assumiu ser homossexual durante uma entrevista para a revista "New York Magazine".

Questionado sobre o suicídio de um adolescente homossexual que sofria bullying nos Estados Unidos, o ator respondeu: "Como um homem gay, olho para isso e digo que não há esperença, mas olhando como um ser humano, me pergunto por que existe desigualdade e por que nós, como sociedade, não examinamos essa questão mais profundamente".
Atualmente, o ator também interpreta um homossexual nos palcos, na peça da off-Broadway "Angels in America". "É o trabalho mais desafiador que já fiz como ator e também o mais recompensador", afirmou ele. O ator ainda afirmou que por causa da peça teve uma dimensão maior de todo o trabalho que ainda precisa ser feito para educar as pessoas em relação à homossexualidade.
Defensor da causa gay há anos, o ator havia se recusado a se assumir no ano passado durante uma entrevista para o "New York Times".

terça-feira, 11 de outubro de 2011

15 anos sem Renato Russo; veja curiosidades sobre o líder da Legião Urbana


Renato Russo era o nome artístico de Renato Manfredini Júnior, nascido no Rio de Janeiro, no dia 27 de março de 1960. À frente da Legião Urbana, Renato foi um dos principais cantores e compositores durante o estouro do rock brasileiro nos anos 80, registrando clássicos daquela década como Faroeste CabocloQue País É Esse?Pais e FilhosHá Tempos, entre tantos outros.A banda nasceu em 1982, logo após o fim do Aborto Elétrico - grupo punk que também deu origem ao Capital Inicial

No início, as canções de Renato eram recheadas de críticas sobre a sociedade brasileira. Exemplos claros disso eram as faixas Geração Coca-ColaSerá e Índios. Mas o diferencial da Legião era que além das letras de protesto, o grupo se permitia falar sobre amor, como em Ainda é CedoQuase Sem Querer e Eduardo e Mônica.  Justamente por essa dualidade não era difícil ser embalado pelas melodias da banda.

Em 1989, Renato Russo foi diagnosticado como soropositivo. Apesar disso, a banda seguiu carreira e só foi parar sete anos depois. O último álbum da Legião Urbana foi A Tempestade Ou O Livro dos Dias, lançado em outubro de 1996. Apenas 21 dias após o lançamento do disco, (dia 11 de outubro), Renato faleceu em seu apartamento no Rio de Janeiro. 

Com sua morte, estava decretado o término da Legião Urbana.Mesmo com o fim, a Legião ainda é o terceiro grupo musical da gravadora EMI que mais vende discos em todo o mundo, com uma média de 250 mil cópias por ano. Renato é venerado como um dos mais importantes compositores do rock brasileiro e conta com uma verdadeira legião de fãs, que mantém viva a apreciação da banda, considerada por muitos a mais importante de todos os tempos no Brasil. 


Uma prova de sua relevância para a música brasileira foi o Concerto Sinfônio Legião Urbana, organizado na edição deste ano do festival Rock in Rio e que reuniu grandes nomes como Herbert ViannaPittyRogério Flausino (Jota Quest) e Dinho Ouro Preto do Capital Inicial. 

Algumas curiosidades:


  • Em 2001, foi publicado o livro Sempre Há uma Luz, pela editora DPL, psicografado por Sérgio Luís, o qual consiste em um suposto relato de Renato Russo sobre sua "passagem para o plano espiritual".
  • A Rede Globo contou a história de Renato Russo no especial "Por Toda a Minha Vida", apresentado pela atriz Fernanda Lima.
  • Em novembro 2009, Renato Russo pela primeira vez no cinema , 42° cinema no Festival de cinema brasileiro em Brasília . “ Rock Solidário – O Filme” Curta metragem dirigido por Rogério Águas . No filme tem participação do Murilo Lima, Loro Jones, Carmem Mandredini, Giuliano Manfredini e Sepultura de Brasília, produzido por Gilsa Camilo e Cleuberth Choi. O filme alimentou em uma semana mais de 700 mil visitas a pagina dos Rockeiros ( www.themultiverse.com.br) , publicado no Correio Braziliense em Brasília.
  • No dia 27 de março de 2010, o cantor faria 50 anos. A MTV fez homenagens a ele, apresentando uma entrevista onde Zeca Camargo fez várias perguntas a Renato Russo.
  • Em junho de 2011 iniciaram as filmagens do longa-metragem Somos Tão Jovens, dirigido por Antonio Carlos da Fontoura. Esta cinebiografia musical terá como placo de fundo a cidade de Brasília nos anos de 1976 a 1982, e retratará a adolescência do cantor que sonhava em se torna o líder de uma grande banda de rock.
  • Em 2011 começou a adaptação da música "Faroeste Caboclo" para o cinema. A música conta a saga de João do Santo Cristo, que deixa Salvador em busca de uma vida melhor e vai para Brasília, onde acaba se envolvendo no tráfico de drogas. Nesse contexto, ele conhece Maria Lúcia e se apaixona. Mas o amor deles é ameaçado por sua disputa com Jeremias, um outro traficante da área. Os atores Fabrício Boliveira e Isis Valverde serão os protagonistas. A música virou roteiro de cinema a partir da adaptação de Paulo Lins, autor do livro "Cidade de Deus". O roteirista Marcos Bernstein também trabalhou na adaptação. A previsão é de que o longa chegue aos cinemas no segundo semestre de 2011. A canção "Faroeste caboclo" foi composta em 1979, na fase da carreira de Renato Russo conhecida como "trovador solitário", mas acabou fazendo sucesso ao ser incluída no disco "Que país é este", lançado pelo Legião Urbana de 1987.

Renato Russo foi um dos mais expressivos representantes da juventude no Brasil. Além da sua voz ativa como cidadão, ele também representou os homossexuais com uma bela história. Renato Russo foi e é a expressão dos sentimentos de revolta contra a sociedade regida pelos ditos "bons modos" e mostrou para o mundo que o desconcertado pode ser muito mais belo do que o que foi engessado pelos conservadores. Com certeza ele sempre será lembrado e as suas letras continuarão a ser o hino da juventude no Brasil.


CANTORES FAZEM HOMENAGEM À RENATO RUSSO NO ROCK IN RIO 2011.

CONFIRAM A MÚSICA QUE FOI DESCOBERTA APÓS O FALECIMENTO DO CANTOR.

sábado, 8 de outubro de 2011

Entendendo a Homossexualidade II



Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da homossexualidade foram admirados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas diversas culturas e épocas em que ocorreram.

Em uma compilação detalhada de materiais históricos e etnográficos de culturas pré-industriais, "forte desaprovação da homossexualidade foi relatada em 41% das 42 culturas; aceita ou ignorada por 21% e 12% não relataram tal conceito. Das 70 etnografias, 59% relataram a homossexualidade como ausente ou rara em frequência e 41% a relataram como presente ou como não incomum".

Em culturas influenciadas pelas religiões abraâmicas, a lei e a igreja estabeleciam a sodomia como uma transgressão contra a lei divina ou um crime contra a natureza. A condenação do sexo anal entre homens, no entanto, é anterior à crença cristã.

Muitas figuras históricas, incluindo Sócrates, Lord Byron, Eduardo II, e Adriano, tiveram termos como homossexual ou bissexual aplicados a eles. Uma linha comum de argumento construcionista é que ninguém na antiguidade ou na Idade Média experimentou a homossexualidade como um modo de sexualidade exclusivo ou permanente. John Boswell tem combatido este argumento, citando antigos escritos do grego Platão, que descrevem os indivíduos exibindo homossexualidade exclusiva.

África

Embora muitas vezes ignorada ou suprimida pelos exploradores europeus e colonialistas, a expressão homossexual na África nativa também esteve presente e tomou uma variedade de formas. Os antropólogos Stephen Murray e Will Roscoe relataram que mulheres do Lesoto envolviam-se em relações de "longo prazo e eróticas" chamadas motsoalle. E. E. Evans-Pritchard, também registrou que guerreiros Zandes no norte do Congo rotineiramente assumiam jovens amantes do sexo masculino entre as idades de doze e vinte anos, que ajudavam com as tarefas domésticas e praticavam sexo intercrural com seus maridos mais velhos. A prática já havia morrido no início do século XX, depois de os europeus conquistarem o controle de países Africanos, mas foi relatada para Evans-Pritchard pelos anciões, com quem ele falou.

O primeiro registro de um casal homossexual na história é geralmente considerado o de Khnumhotep e Niankhkhnum, um casal egípcio do sexo masculino, que viveu por volta de 2 400 a.C. O par é retratado durante um beijo, a mais íntima pose na arte egípcia, rodeado pelo que parecem ser os seus herdeiros.


Américas


Entre os povos indígenas das Américas antes da colonização europeia, uma forma comum de homossexualidade é centrada em torno da figura dos Dois-espíritos. Normalmente, este indivíduo é reconhecido cedo na vida, dada a escolha pelos pais a seguir o caminho e, se a criança aceitar o papel, é criada de forma adequada, para aprender os costumes do gênero que escolheu. Dois-espíritos eram, geralmente, xamãs reverenciados como tendo poderes além daqueles dos xamãs comuns. Sua vida sexual era com os membros comuns de mesmo sexo da tribo.

Homossexuais e transgêneros também eram comuns entre outras civilizações pré-conquista na América Latina, como os astecas, maias, quíchuas, moches, zapotecas e os tupinambás, no Brasil.

Os conquistadores europeus ficaram horrorizados ao descobrir que a sodomia era abertamente praticada entre os povos nativos. Os europeus tentaram acabar com as berdaches (como os espanhóis chamavam a prática dos Dois-espíritos) através de penalidades severas, como a execução pública, onde a pessoa era queimada e rasgada em pedaços por cães.

Ásia

Extremo Oriente

A homossexualidade na China, conhecida como os prazeres do pêssego picado, a manga cortada, ou o costume do sul, é relatada desde aproximadamente 600 a.C. Estes termos eufemísticos foram utilizados para descrever comportamentos e não identidades (recentemente, alguns jovens chineses tendem a usar o termo "brokeback", 断 背 (duanbei), para se referir aos homossexuais, a partir do sucesso do filme do diretor Ang LeeBrokeback Mountain).

Oriente Médio, Ásia Meridional e Central

Entre as muitas culturas do Oriente Médio muçulmano igualitárias ou estruturadas na idade, as práticas homossexuais eram, e continuam a ser, difundidas e veladas. Nos últimos anos, as relações igualitárias, inspiradas no padrão ocidental, têm-se tornado mais frequentes, embora elas continuem a ser raras. Relações sexuais entre indivíduos do mesmo sexo são oficialmente punidas com a pena de morte em vários países muçulmanos: Arábia Saudita, Irã, Mauritânia, Nigéria, Sudão e Iêmen.
Alguns estudiosos afirmam que existem exemplos de amor homossexual na literatura antiga, como na Epopeia de Gilgamesh da Mesopotâmia, bem como na história bíblica de Davi e Jonas. Na Epopeia de Gilgamesh, a relação entre o protagonista Gilgamesh e o personagem Enkidu, foi vista por alguns como homossexual em sua natureza. Do mesmo modo, o amor de Davi por Jonas é "maior do que o amor das mulheres."

Há um punhado de relatos de viajantes árabes na Europa até ao início do século XIX. Dois desses viajantes, Rifa'ah al-Tahtawi e Muhammad al-Saffar, manifestaram surpresa ao ver as poesias de amor francesas, por vezes mal traduzidas, entre um jovem rapaz, referindo-se a uma jovem mulher, para manter as suas normas sociais e morais.

Hoje, os governos no Oriente Médio, muitas vezes ignoram, negam a existência de, ou criminalizam a homossexualidade. A homossexualidade é ilegal em quase todos os países muçulmanos. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante o seu discurso em 2007 na Universidade de Colúmbia, afirmou que não havia homossexuais no Irã. A maioria dos homossexuais que vivem neste país mantém a sua orientação sexual em segredo por medo de sanções ou rejeição do governo às suas famílias.

Código de Manu, a obra fundamental do direito hindu, menciona um "terceiro sexo", cujos membros podem exercer expressões de gênero não-tradicionais e atividades homossexuais.

Europa


Os documentos mais antigos do Ocidente (sob a forma de obras literárias, objetos de arte e materiais mitográficos) sobre as relações de mesmo sexo são derivados da Grécia antiga. A pederastia na Grécia Antiga era largamente utilizada como meio pedagógico; sabe-se que Platão, em seus primeiros escritos, elogiou os seus benefícios, embora em suas obras tardias tenha proposto sua proibição.

Em O Banquete, Platão equivale a aceitação da homossexualidade com a democracia, e sua supressão com o despotismo, dizendo que a homossexualidade "é vergonhosa para os bárbaros por causa de seus governos despóticos, assim como a filosofia e o atletismo o são, uma vez que aparentemente não é o melhor interesse dos governantes como de ter grandes ideias amizades engendradas em seus súditos, ou poderosos sindicatos ou física, em que o amor é particularmente adequado para produzir." Aristóteles, em sua obra Política, indeferiu as ideias de Platão sobre a abolição da homossexualidade; ele explica que os bárbaros, assim como os celtas, concederam isso como uma honra especial, enquanto os cretenses a utilizavam para regular a população.

Homem romano penetrando um jovem, possivelmente escravo, primeira metade do século I. Encontrado próximo de Jerusalém.Homem romano penetrando um jovem, possivelmente escravo, primeira metade do século I. Encontrado próximo de Jerusalém.
Homem romano penetrando um jovem, possivelmente escravo, primeira metade do século I. Encontrado próximo de Jerusalém.
Homem e jovem gregos praticamsexo intercruralGrécia antiga, 550-525 a.C.
Na arte, é conhecida ainda hoje a poetisa Safo, importante figura que escreveu versos endereçados a outras mulheres e que, por nascer em Lesbos, logo ficou associada às lésbicas, terminologia que ficou muito famosa no século XIX. Os narradores de muitos dos seus poemas falam de paixão e amor (por vezes correspondido, outras vezes não) para várias fêmeas, mas as descrições de atos físicos e/ou sexuais entre mulheres nos seus versos são poucas e sujeitas a debate. De qualquer forma, hoje em dia sabe-se que a deusa Afrodite, nos poemas de Safo, é tida como a patrona das lésbicas.


A partir da segunda metade do século XIII, a morte era a punição mais comum para a homossexualidade masculina na maior parte da Europa. Com o Renascimento, cidades ricas no norte da Itália, em particular Florença e Veneza, eram conhecidas pela sua prática generalizada do amor entre pessoas do mesmo sexo, praticado por uma parte considerável da população masculina e construído ao longo do padrão clássico estético da Grécia e Roma.

Pacífico sul

Em muitas sociedades da Melanésia, especialmente em Papua-Nova Guiné, as relações do mesmo sexo eram parte integrante da cultura até meados do século passado. Em muitas culturas tradicionais da Melanésia um menino na pré-puberdade formaria um casal com um adolescente mais velho, que se tornaria seu mentor e que iria "inseminá-lo" (oral, anal, ou topicamente, dependendo da tribo) ao longo de vários anos para que o mais jovem também atingisse a puberdade. Muitas sociedades da Melanésia, no entanto, tornaram-se hostis para com as relações entre pessoas do mesmo sexo desde a introdução do cristianismo pelos missionários europeus.


Homossexualidade na antiguidade


Na Antiguidade, ninguém saía dizendo por aí que fulano era gay, mesmo que fosse. Por milhares de anos, o amor entre iguais era tão comum que não existia nem o conceito de homossexualidade

Humberto Rodrigues e Cláudia de Castro Lima | 01/03/2008 00h00
A união civil entre pessoas do mesmo sexo pode parecer algo bastante recente, coisa de gente moderna. Apenas em 1989 a Dinamarca abraçou a causa – foi o primeiro país a fazer isso. Hoje, o casamento gay está amparado na lei de 21 nações. Essa marcha, porém, de nova não tem nada. Sua história retoma um tempo em que não havia necessidade de distinguir o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo – para os povos antigos, o conceito de homossexualidade simplesmente não existia.
As tribos das ilhas de Nova Guiné, Fiji e Salomão, no oceano Pacífico, cerca de 10 mil anos atrás já exercitavam algumas formas de homossexualidade ritual. Os melanésios acreditavam que o conhecimento sagrado só poderia ser transmitido por meio do coito entre duplas do mesmo sexo. No rito, um homem travestido representava um espírito dotado de grande alegria – e seus trejeitos não eram muito diferentes dos de um show de drag queens atual.
Um dos mais antigos e importantes conjuntos de leis do mundo, elaborado pelo imperador Hammurabi na antiga Mesopotâmia em cerca de 1750 a.C., contém alguns privilégios que deveriam ser dados aos prostitutos e às prostitutas que participavam dos cultos religiosos. Eles eram sagrados e tinham relações com os homens devotos dentro dos templos da Mesopotâmia, Fenícia, Egito, Sicília e Índia, entre outros lugares. Herdeiras do Código de Hammurabi, as leis hititas chegam a reconhecer uniões entre pessoas do mesmo sexo. E olha que isso foi há mais de 3 mil anos.
Na Grécia e na Roma da Antiguidade, era absolutamente normal um homem mais velho ter relações sexuais com um mais jovem. O filósofo grego Sócrates (469-399), adepto do amor homossexual, pregava que o coito anal era a melhor forma de inspiração – e o sexo heterossexual, por sua vez, servia apenas para procriar. Para a educação dos jovens atenienses, esperava-se que os adolescentes aceitassem a amizade e os laços de amor com homens mais velhos, para absorver suas virtudes e seus conhecimentos de filosofia. Após os 12 anos, desde que o garoto concordasse, transformava-se em um parceiro passivo até por volta dos 18 anos, com a aprovação de sua família. Normalmente, aos 25 tornava-se um homem – e aí esperava-se que assumisse o papel ativo.
Entre os romanos, os ideais amorosos eram equivalentes aos dos gregos. A pederastia (relação entre um homem adulto e um rapaz mais jovem) era encarada como um sentimento puro. No entanto, se a ordem fosse subvertida e um homem mais velho mantivesse relações sexuais com outro, estava estabelecida sua desgraça – os adultos passivos eram encarados com desprezo por toda a sociedade, a ponto de o sujeito ser impedido de exercer cargos públicos.
Boa parte do modo como os povos da Antiguidade encaravam o amor entre pessoas do mesmo sexo pode ser explicada – ou, ao menos, entendida – se levarmos em conta suas crenças. Na mitologia grega, romana ou entre os deuses hindus e babilônios, por exemplo, a homossexualidade existia. Muitos deuses antigos não têm sexo definido. Alguns, como o popularíssimo hindu Ganesh, da fortuna, teriam até mesmo nascido de uma relação entre duas divindades femininas. Não é nada difícil perceber que, na Antiguidade, o sexo não tinha como objetivo exclusivo a procriação. Isso começou a mudar, porém, com o advento do cristianismo.
Sexo para procriar
O judaísmo já pregava que as relações sexuais tinham como único fim a máxima exigida por Deus: “Crescei e multiplicai-vos”. Até o início do século 4, essa idéia, porém, ficou restrita à comunidade judaica e aos poucos cristãos que existiam. Nessa época, o imperador romano Constantino converteu-se à fé cristã – e, na seqüência, o cristianismo tornou-se obrigatório no maior império do mundo. Como o sexo passou a ser encarado apenas como forma de gerar filhos, a homossexualidade virou algo antinatural. Data de 390, do reinado de Teodósio, o Grande, o primeiro registro de um castigo corporal aplicado em gays.
O primeiro texto de lei proibindo sem reservas a homossexualidade foi promulgado mais tarde, em 533, pelo imperador cristão Justiniano. Ele vinculou todas as relações homossexuais ao adultério – para o qual se previa a pena de morte. Mais tarde, em 538 e 544, outras leis obrigavam os homossexuais a arrepender-se de seus pecados e fazer penitência. O nascimento e a expansão do islamismo, a partir do século 7, junto com a força cristã, reforçaram a teoria do sexo para procriação.
Durante muito tempo, até meados do século 14, no entanto, embora a fé condenasse os prazeres da carne, na prática os costumes permaneciam os mesmos. A Igreja viu-se, a partir daí, diante de uma série de crises. Os católicos assistiram horrorizados à conversão ao protestantismo de diversas pessoas após a Reforma de Lutero. E, com o humanismo renascentista, os valores clássicos – e, assim, o gosto dos antigos pela forma masculina – voltaram à tona. Pintores, escritores, dramaturgos e poetas celebravam o amor entre homens. Além disso, entre a nobreza, que costumava ditar moda, a homossexualidade sempre correu solta. E, o mais importante, sem censura alguma – ficaram notórios os casos homossexuais de monarcas como o inglês Ricardo Coração de Leão (1157-1199).
No curto intervalo entre 1347 e 1351, a peste negra assolou a Europa e matou 25 milhões de pessoas. Como ninguém sabia a causa da doença, a especulação ultrapassava os limites da saúde pública e alcançava os costumes. O “pecado” em que viviam os homens passou a ser apontado como a causa dela e de diversas outras catástrofes, como fomes e guerras. Judeus, hereges e sodomitas tornaram-se a causa dos males da sociedade. Não havia outra solução a não ser a erradicação desses grupos. Medidas enérgicas foram tomadas. Em Florença, por exemplo, a sodomia foi proibida em 1432, com a criação dos Ufficiali di Notte (agentes da noite). O resultado? Setenta anos de perseguição aos homens que mantinham relações com outros. Entre 1432 e 1502, mais de 17 mil foram incriminados e 3 mil condenados por sodomia, numa população de 40 mil habitantes.
Leis duras foram estabelecidas em vários outros países europeus. Na Inglaterra, o século 19 começou com o enforcamento de vários cidadãos acusados de sodomia. E, entre 1800 e 1834, 80 homens foram mortos. Apenas em 1861 o país aboliu a pena de morte para os atos de sodomia, substituindo-a por uma pena de dez anos de trabalhos forçados.
Ciência maluca
Outro tratamento nada usual foi destinado tanto à homossexualidade quanto à ninfomania feminina: a lobotomia. Desenvolvida pelo neurocirurgião português António Egas Moniz, que chegou a ganhar o prêmio Nobel de Medicina de 1949 por isso, ela consistia em uma técnica cirúrgica que cortava um pedaço do cérebro dos doentes psiquiátricos, mais precisamente nervos do córtex pré-frontal. Na Suécia, 3 mil gays foram lobotomizados. Na Dinamarca, 3500 – a última cirurgia foi em 1981. Nos Estados Unidos, cidadãos portadores de “disfunções sexuais” lobotomizados chegaram às dezenas de milhares. O tratamento médico era empregado porque a homossexualidade passou a ser vista como uma doença, uma espécie de defeito genético.
A preocupação científica com os gays começou no século 19. A expressão “homossexual” foi criada em 1848, pelo psicólogo alemão Karoly Maria Benkert. Sua definição para o termo: “Além do impulso sexual normal dos homens e das mulheres, a natureza, do seu modo soberano, dotou à nascença certos indivíduos masculinos e femininos do impulso homossexual(...). Esse impulso cria de antemão uma aversão direta ao sexo oposto”. Em 1897, o inglês Havelock Ellis publicou o primeiro livro médico sobre homossexualismo em inglês, Sexual Inversion (“Inversão sexual”, inédito no Brasil). Como muitos da época, ele defendia a idéia de que a homossexualidade era congênita e hereditária. A opinião científica, médica e psiquiátrica vigente era de que a homossexualidade era uma doença resultante de anormalidade genética associada a problemas mentais na família. A teoria, junto das idéias emergentes sobre pureza racial e eugenismo nos anos 1930, torna fácil entender por que a lobotomia foi indicada para os homossexuais.
A situação só começou a mudar no fim do século passado, quando a discussão passou a se libertar de estigmas. Em 1979, a Associação Americana de Psiquiatria finalmente tirou a homossexualidade de sua lista oficial de doenças mentais. Na mesma época, o advento da aids teve um resultado ambíguo para os homossexuais. Embora tenha ressuscitado o preconceito, já que a doença foi associada aos gays a princípio, também fez com que muitos deles viessem à tona, sem medo de mostrar a cara, para reivindicar seus direitos. Durante os anos 80 e 90, a maioria dos países desenvolvidos descriminalizou a homossexualidade e proibiu a discriminação contra gays e lésbicas. Em 2004, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos invalidou todas as leis estaduais que ainda proibiam a sodomia.
“Em toda a história e em todo o mundo a homossexualidade tem sido um componente da vida humana”, escreveu William Naphy, diretor do colégio de Teologia, História e Filosofia da Universidade de Aberdeen, Reino Unido, em Born to Be Gay – História da Homossexualidade. “Nesse sentido, não pode ser considerada antinatural ou anormal. Não há dúvida de que a homossexualidade é e sempre foi menos comum do que a heterossexualidade. No entanto, a homossexualidade é claramente uma característica muito real da espécie humana.” Para muitos, ainda hoje sair do armário continua sendo uma questão de tempo. As portas, no entanto, vêm sendo abertas desde a Antiguidade.
Personalidades que não escondiam suas preferências
O que tinham em comum pessoas como os imperadores Adriano e Nero, o filósofo Sócrates, o artista e inventor Leonardo da Vinci? Todos eles mantiveram relações sexuais com pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade experimentou ao longo da história da humanidade diversos altos e baixos. De comportamento absolutamente natural, passou a ser “pecado” e até a ser crime. Aqui, algumas histórias de personalidades que amaram seus iguais.
Alexandre, o Grande
O conquistador Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), também foi conquistado. Seu amante era Hefastião, seu braço direito e ocupante de um importante posto no Exército. Quando ele morreu de febre, na volta de uma campanha na Índia, Alexandre caiu em desespero: ficou sem comer e beber por vários dias. Mandou proporcionar a seu amado um funeral majestoso: os preparativos foram tantos que a cerimônia só pôde ser realizada seis meses depois da morte. Alexandre fez questão de dirigir a carruagem fúnebre, decretando luto oficial em seu reino.
Júlio César
O romano Suetônio escreveu em seu As Vidas dos Doze Césares, livro do século 2, sobre os hábitos dos governantes do fim da república e do começo do Império Romano. Dos 12, só um deles, Cláudio, nunca teve relações homossexuais. O mais famoso, Júlio César (100-44 a.C.), teve aos 19 anos um relacionamento com o rei Nicomedes – César era o passivo. Entre todos os romanos, os mais excêntricos foram Calígula (12-41 d.C.) e Nero (37-68). O primeiro obrigava súditos a beijar seu pênis. O segundo teve dois maridos e manteve relações com a própria mãe.
Maria Antonieta
Segundo William Naphy no livro Born to Be Gay, havia um “reconhecimento generalizado da bissexualidade” da rainha da França Maria Antonieta (1755-1793). O escritor inglês Heste Thrale-Piozzi escreveu, em 1789, que a monarca encontrava-se “à cabeça de um grupo de monstros que se conhecem uns aos outros por safistas” – ou seja, lésbicas.
Ricardo Coração de Leão
As aventuras homossexuais do rei inglês Ricardo I (1157-1199) eram notórias na época. Um de seus casos, quando ele ainda era duque de Aquitânia, foi com outro nobre, Filipe II, rei da França. Uma crônica da época afirma: “Comiam os dois todos os dias à mesma mesa e do mesmo prato, e à noite as suas camas não os separavam. E o rei da França amava-o como à própria alma”. Outros monarcas europeus, como Henrique III da França (1551-1589) e Jaime IV da Escócia e I da Inglaterra (1566-1625), também tiveram vários amantes do mesmo sexo.
Oscar Wilde


O dramaturgo inglês (1854-1900) casou-se e teve dois filhos, mas também teve vários casos com homens. A relação mais marcante foi com o lorde Alfred Douglas, com quem mantinha o hábito de procurar jovens operários para o sexo. O pai do amante, o marquês de Queensberry, acusou Wilde de ser sodomita. O escritor processou o nobre por difamação – e arruinou-se. Foram três julgamentos, e o marquês juntara provas de sodomia contra ele. Wilde foi condenado a dois anos de trabalhos forçados. Na prisão, definhou – e morreu pouco tempo após deixar a cadeia.

Amor na ilha de Lesbos

Há muito pouco registro do lesbianismo até o século 18
O historiador romano Plutarco dizia, no século 1, que na cidade grega de Esparta todas as melhores mulheres amavam garotas. Apesar disso, há muito pouco registro sobre o lesbianismo até pelo menos o século 18. Os termos “lesbianismo” e “lésbica”, aliás, têm origem na ilha grega de Lesbos, no mar Egeu, local de nascimento da poetisa Safo (610-580 a.C.) – seu nome originou a palavra “safismo”. Embora os livros de Safo tenham sido queimados por ordem de Gregório de Nazianzus, bispo de Constantinopla, cerca de 200 fragmentos resistiram ao tempo e ao cristianismo. Os poemas revelam uma paixão exuberante ao amor feminino, o que faz crer que a autora tenha partilhado desse sentimento. É impossível, no entanto, afirmar se a autora realmente amou as mulheres que enaltece em seus poemas – ou se era apenas uma questão de estilo. Um dos primeiros códigos legais a fazer menção ao homossexualismo feminino é um francês de 1270. Ele estabelecia que o homem que mantivesse relação homossexual deveria ser castrado e, se reincidente, morto. E também que uma mulher que tivesse relações com outra mulher perderia o “membro” se fosse pega. Que “membro” seria cortado, porém, o código não especifica.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Para Descontrair... Inicio de Semana



Com um inicio de semana tão atribulado com violência contra homossexuais, assassinato em agência bancária, metrô fora de circulação, como não perder a pose com tudo isso??? 

Nada melhor que tentar respirar fundo e seguir enfrente!!

E para começar a semana com mais esperança, confiram um video muito fofo... Um querubin nada convencional distribuindo o amor pelo mundo... Quase parecido com o da imagem... rsrsrs

Otima semana amigos!!

Casal gay é agredido na região da av. Paulista, em SP


 Casal gay é agredido na região da av. Paulista, em SP


Um casal gay foi agredido no centro de São Paulo, na região da avenida Paulista, na madrugada de sexta para sábado. O caso foi registrado neste domingo (2) na 78ª DP, no bairro Jardins.

A agressão ocorreu pouco após o analista fiscal Marcos Villa, 32, deixar o bar Sonique com o namorado por volta das 4h da manhã. No caminho para casa, na rua Consolação, eles pararam em um posto para comprar cigarros. Na fila para pagamento, sofreram ofensas de dois homens, que também haviam saído do mesmo bar.

"Eles começaram a provocar, chamar de viado e dizer que não merecíamos viver", conta Villa. "Pedi pra que eles parassem e tentei reverter a provocação em conversa. Meu namorado se exaltou um pouco e discutiu com eles".

O casal deixou o posto e foi seguido pelos agressores. Quando estavam em frente ao restaurante Mestiço, na rua Fernando de Albuquerque, foram alcançados e agredidos. "Foi na porta do restaurante, um monte de gente viu. Levamos vários socos e chutes no corpo todo. Meu namorado desmaiou", conta Villa. O analista observou ainda que os homens não eram carecas e nem pareciam neonazistas.

Ambos procuraram atendimento na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, ainda no sábado. O namorado de Villa quebrou o pé e está com escoriações no rosto.
No dia seguinte, antes de procurarem a 78° DP, as vítimas tentaram registrar o caso na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) -- mas o local fica fechado nos fins de semana.
(matéria publicada na Folha On-Line do dia 02/10/2011)


Como esse tipo de coisa ainda acontece? O que leva uma pessoa a agredir outra apenas pela sua aparência ou pelos seus gostos? Infelizmente o mundo está vivendo uma fase de caos, onde o ser humano perdeu a linha do mínimo do bom senso e só está olhando para dentro de si.


Eu digo que sou à favor da criminalização dos atos homofóbicos, mas enquanto houver pessoas desse tipo no poder, não haverá mudanças significativas. As nossas esperanças estão na Frente Parlamentar GLBT, liderada pela senadora Marta Suplicy, que tem trazido grandes avanços pelos direitos da liberdade das pessoas serem o que são sem ter que usar máscaras em cada ambiente que frequenta. 

Espero que em breve não haja esse tipo de ocorrido, não só contra os homossexuais, mas também contra qualquer tipo de manifestação da diversidade que, ampliando o conceito, defenderia o direito da individualidade de todos os cidadãos.